quinta-feira, dezembro 13, 2007
PRAISE YOU IN THE STORM
Hoje ele me mostrou essa música. Linda demais!
A letra está aí embaixo, mas fiquei com preguiça de traduzir...
Roberto, muito obrigada por esse presente!
PRAISE YOU IN THE STORM
Mark Hall and Bernie Herms
I was sure by now, God,
that You would have reached down
and wiped our tears away,
stepped in and saved the day.
But once again, I say amen
and it's still raining...
As the thunder rolls
I barely hear You whisper through the rain,
"I'm with you"
and as Your mercy falls
I raise my hands and praise
the God who gives and takes away.
And I'll praise you in this storm
and I will lift my hands
for You are who You are
no matter where I am
and every tear I've cried
You hold in your hand
You never left my side
and though my heart is torn
I will praise You in this storm
I remember when I stumbled in the wind
You heard my cry to You
and raised me up again
my strength is almost gone
how can I carry on if I can't find You
And as the thunder rolls
I barely hear You whisper through the rain
"I'm with you"
and as Your mercy falls
I raise my hands and praise
the God who gives and takes away
I lift my eyes onto the hills
where does my help come from?
My help comes from the Lord,
the maker of heaven and earth.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
SOBREVIVENDO NO MUNDO VIRTUAL
A verdade é que atrás de uma tela de computador, qualquer pode se esconder... ser o personagem que quiser...
É lógico que podemos encontrar muitas pessoas sinceras, que se tornam amigos de verdade. Mas, como diz um ditado muito antido, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém...
PISTAS PARA SOBREVIVER NO MUNDO VIRTUAL
Ricardo Gondim
1. Nunca, jamais, responda quem lhe contradisser – você nunca sabe se a mensagem foi mais uma armadilha para colocar-lhe numa sinuca de bico.
2. Sempre, mas sempre mesmo, responda a um questionamento com mais perguntas.
3. Não se encante com relacionamentos virtuais – amigos e inimigos da Internet não existem, eles devem ser considerados meras virtualidades.
4. Nunca, jamais, conteste as idéias alheias; se foram colocadas na Internet, elas são o resultado de uma vontade doida de provar algum ponto de vista, portanto, suas críticas não serão bem vindas.
5. Sempre, mas sempre mesmo, apague as mensagens rancorosas pelo título ou, no máximo, antes que você termine de ler a primeira linha. Essa será sua vingança, o cara escreve um quilo de argumentos, gasta três horas para redigir alguma coisa, e em menos de 5 segundos o esforço dele vira nada. A tecla “Delete” é a mais poderosa arma que você possui, use-a.
6. Nunca, jamais, imagine que seus e-mails serão mantidos no privado. Jamais confie na confidencialidade da troca de correspondência virtual. Suas mensagens correm todo o risco de serem publicadas, seus desabafos jogados na rede mundial. Os escrúpulos virtuais são quase nulos. Não confie na promessa de que, “o que conversarmos aqui ficará só entre nós”. Quando escrever, considere que do outro lado existe alguém doidinho para praticar alpinismo em cima do seu nome.
7. Sempre, mas sempre mesmo, verifique a autenticidade de um texto. Quando re-encaminhar alguma coisa que recebeu, tome o cuidado de averiguar quem foi o autor. Nunca envie nada que esteja assinado: Autor Desconhecido.
8. Nunca, jamais, responda a qualquer provocação de e-mails anônimos. Na rede é comum se criarem identidades postiças, os famosos “nicks”, que na verdade, não passam de pseudônimos. Uma pessoa que não teve sequer a imaginação de virar outra pessoa e assina “anônimo” não merece uma resposta.
9. Sempre, mas sempre mesmo, prefira o silêncio à cretinice. Existe um ditado popular que diz: “As perguntas imbecis merecem respostas cretinas”. Este provérbio não se aplica à Internet. Dê o seu desprezo aos que mais lhe provocarem.
10. Nunca, jamais, deixe o mundo virtual vazar para sua vida real. Não se abata por ataques, difamações ou pedradas que você receber na Internet e nem se encante com os elogios. Lembre-se, o mundo virtual dos blogs, sites e “power points” não existe. Só o mundo concreto tem calor, pele, cheiro, afetos. A vida acontece no encontro dos olhares, no apertar das mãos. Desligue o seu computador, dê as costas para essa pseudo realidade, e vá viver.
Soli Deo Gloria.
sábado, dezembro 08, 2007
CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO
terça-feira, novembro 27, 2007
ECLESIASTES AGONIADO
Depois de tudo, fica a sensação do dever descumprido. Resta um oco de mundo que vai para além da senda finita. Tudo parece se alongar na madrugada escura. Quanto mais se tenta, nada se alcança; quanto mais espera, menos da grande guinada. Sobra o olhar triste do menino afegão. O andar soturno do iraquiano desperdiçado pela guerra, desalenta. O choro quieto da sertaneja mirando a cova do filho, estupidifica.
Depois de tudo, fica o vestígio corroído de rostos, gestos e cheiros; resta o daguerreótipo amarelado de amores perdidos e abraços esquecidos. Quanto mais se procura, mais aparecem amigos sem nome, lugares sem registro, dias sem data. Na mesa, as garrafas vazias; no sorriso, a alegria postiça; no olhar, o passado borrado.
Depois de tudo, ficam a noite insone, os pensamentos acelerados, a tristeza sem causa; resta o pânico inconsistente que nasce tanto da timidez exangue como da inflexão incômoda. Quanto mais se corre, mais falta sangue; quanto mais se tenta gritar, menos fôlego; quem insistir, perceberá o garrote que aperta a alma.
Depois de tudo, ficam a cisma, o vilipêndio, a intimidação; restam a circunspeção alarmada, o cálculo frio, a pusilanimidade fugidia. Quanto mais esforço, mais passos inexistentes apavorando. Censuras irreais embotam o espírito; fatigam as falsas malquerenças. A reprimenda soa como danação eterna e outros, energúmenos.
Depois de tudo, fica a insignificância da vida diante da fúria do tempo. Os relógios viram loucos varridos, os calendários, tigres famintos e nós, centelhas diminutas. Na fresta das eternidades, antecipamos o sol que nos consumirá. Do mirante da juventude, despencamos para a garganta da morte. Liliputianos, terminaremos insubstanciais.
Depois de tudo, fica a sede pelo transcendente. Resta uma vontade doida de repetir: “Ainda não, ainda não”. E rogar: “Por favor, não nos deixe, o dia já está quase findando e estamos com medo desta noite tenebrosa”!
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
http://www.ricardogondim.com.br
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sexta-feira, novembro 16, 2007
MEU ÚLTIMO DESEJO
De vez em quando (ou seria de vez em sempre?), ela nos presenteia com sua poesia...
Essa aí é linda... não resisti, tive que colocar aqui.
Ah... ela escreveu essa coisa linda depois de ler um livro de um cara muito dez, o William Douglas; conhecido como o "guru dos concursos", ele é um amor de pessoa.
Esses dois são presentes de Deus pra nós!
Meu último desejo...
O meu último desejo,
O que choro, o que peço,
O que pego, o que almejo, sou eu mesma...
O meu último desejo?
é minha vida toda na mesa,
São as cartas jogadas com certeza,
é o preto no branco, o sim-sim, não-não,
A verdade das coisas, o toque das mãos!
O olhar de misericórdia, o sincero perdão...
O meu último desejo?
é ter mais desejos, é ter meus segredos,
guardados à dedo, pra sempre, pra sempre...
é ver minha gente feliz, despreocupada,
vendendo saúde, com conversa fiada...
Meu último desejo? é morrer sossegada...
é partir com a certeza de que fiz tudo errado,
de que fiz tudo querendo acertar,
de que Deus me ama tanto,
que na hora da morte, certamente irá relevar...
Irá revelar, seu amor tão intenso, como eu tão intensa... ...
como meu último desejo..., meu desejo, meu desejo... ...
um suspiro, um último beijo...
meu desejo? O meu último desejo?...
Um pedacinho de amor e uma mordida de queijo...
Gláucia Carvalho
27.10.2007
2h30
(depois de ler " A última Carta do Tenente " de William Douglas)
terça-feira, novembro 13, 2007
É PROIBIDO PENSAR!!!
Pra quem quiser ouvir, o link é esse:
http://media.putfile.com/Joao-Alexandre---e-proibido-pensar
Procuro alguém pra resolver meu problema,
Pois não consigo me encaixar nesse esquema,
São sempre variações do mesmo tema, meras repetições...
A extravagância vem de todos os lados,
E faz chover profetas apaixonados,
Morrendo em pé, rompendo em fé dos cansados que ouvem suas canções...
Estar de bem com a vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
E é por ela que eu ainda guio meu viver!
Reconstruindo o que Jesus derrubou...
Recosturando o véu que a cruz já rasgou...
Ressuscitando a lei, pisando na graça, negociando com Deus!
No show da fé milagre é tão natural,
Que até pregar com a mesma voz é normal...
Nesse evangeliquês universal, se apossando dos céus...
Estão distante do trono,
Caçadores de Deus ao som de um shofar.
E mais um ídolo importado dita as regras para nos escravizar:
É proibido pensar!
segunda-feira, outubro 22, 2007
HOJE EU CHOREI
Eu tenho visto pouquíssima coisa na TV. TV aberta nem lembro mais que existe. Na TV paga, uma vez ou outra eu encontro algo que ainda dá para ver.
Essa semana eu estava vendo o canal People & Arts e vi a chamada de um programa que passaria hoje, o Extreme Makeover – reconstrução total. A idéia do programa é fazer uma reforma, ou melhor, construir uma casa nova para alguma família necessitada. O desafio é fazer isso em uma semana, mas com o sistema de construção americano, é bem mais fácil do que se fosse feito como nós, brasileiros, construímos nossas casas. Eu já tinha visto esse programa algumas vezes e achei até interessante. Mas a chamada que eu vi durante a semana me fez querer de verdade esse episódio.
Bem, a família era composta pela mãe, Susan Tom e por suas seis filhas, todas adotivas, todas com graves problemas de saúde e/ou deficiências físicas. Além das meninas, ela também tinha adotado um menino portador de uma grave doença dermatológica, que acabou causando a sua morte poucos meses antes do programa ser gravado.
As doenças e deficiências das meninas eram as mais variadas: duas delas nasceram sem as pernas; uma possuía algum tipo de paraplegia; outra passou por uma grave cirurgia cerebral nos primeiros dias de vida; outra apresenta um retardo psicológico grave; outra sofreu graves queimaduras ainda bebê, que lhe causaram deformidade em todo o rosto, parte do corpo e perda de uma das mãos; outra possui algum tipo de artrite que impede o movimento das articulações das pernas e dos cotovelos.
Todas as meninas eram felizes, sorridentes, adaptadas a uma vida quase normal, gostando das mesmas coisas que as adolescentes “normais” gostam.
O que me fez chorar não foi a condição física delas. É lógico que ver pessoas assim me entristece, e muito. Principalmente, porque tendo a achar que elas não podem aproveitar a vida de uma maneira integral. Por pior que seja admitir isso, na verdade acho que sinto pena, e pena é coisa horrível de se sentir.
Mas o que é mais entristecedor é ver tantas pessoas com vidas tão menos complicadas mas que não sabem ser felizes. Pessoas que possuem tantas coisas boas e que não as valorizam. Pessoas que não sabem cuidar de si mesmas e muito menos do próximo.
Pensar no amor que Susan tem por suas filhas me faz pensar em tantas mães que leio no jornal que atiram seus filhos recém-nascidos em lagoas, em rios imundos... Me faz pensar na mãe que hoje, em Minas, trancou seu filho de menos de dois anos em casa e incendiou o imóvel.
Ver a família Tom, unida e feliz, apesar de todos os seus graves problemas, me faz pensar em tantas famílias que ao menor sinal de problemas, já se esfacelam...
O que me fez chorar é ver como as pessoas desistem tão facilmente umas das outras! Isso é muito triste!
Mas acho que também chorei por ver que ainda existe gente que luta para ser feliz, não importam as circunstâncias que as rodeiam.
Eu li uma frase do Ed René Kivitz que nunca vou esquecer. Era mais ou menos assim: “Os relacionamentos não dão certo. A gente é que faz com que eles dêem certo.” Aqui, por relacionamento, eu entendo todo o tipo de relacionamento, seja familiar, de amizade, sentimental, profissional...
Bem, cada um escolhe o que fazer com o que recebe da vida. E com a vida que recebe.
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sexta-feira, outubro 19, 2007
METADE
Ele já diz muito... posso me calar e deixar que ele fale por mim.
METADE
(Oswaldo Montenegro)
segunda-feira, setembro 24, 2007
RESTOS DE INCÊNDIO E CHOCOLATE BRANCO
Mas foi um sonho interessante: eu estava num lugar que havia sofrido um incêndio. Era a minha casa. Não a casa em que eu moro ou alguma outra em que já morei, mas no sonho, era a minha casa. Estava tudo queimado, destruido, mas eu estava tranqüila, porque minhas fotos tinham sido salvas por uma pessoa.
E no meio da sala toda queimada, estava uma mesa.
E em cima da mesa, um fondue de chocolate branco - a única coisa branca naquele cenário cinza.
E eu e o salvador das minhas fotos paramos pra comer aquele fondue.
No meio do caos cinza, encontramos paz pra saborear um fondue branco.
Acordei feliz!
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domingo, setembro 23, 2007
C.S. LEWIS E A TORCIDA DO FLAMENGO
“Amar é sempre ser vulnerável.
Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir.
Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo à ninguém, nem mesmo a um animal.
Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo.
Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar – ele vai se transformar, mas não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável, irredimível.
A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação.
O único lugar além do céu onde se poderia estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor seria o inferno.”
C.S Lewis - Os quatro amores
A torcida do Flamengo, numa daquelas músicas que cantam durante o jogo, fez um resumo curto e grosso do que disse C. S. Lewis:
"Acabou o amor! Isso aqui vai virar o inferno!"
Calma, calma!!!
Não estou dizendo com isso que estou vivendo o inferno do não amar! De forma alguma! Eu estou amando... melhor: eu sou amando! Há tantas pessoas, coisas, momentos para serem amados!
Só que gostei da ligação desses dois seres tão distintos - um escritor cristão do século passado e uma torcida de time de futebol - que resolvi postá-los aqui...
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quinta-feira, setembro 20, 2007
DIALÉTICA
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
(Vinicius de Moraes)
Com todo respeito que o Vinícius merece, eu altero a última estrofe:
Mas acontece que estou triste...
Tá chegando meu aniversário... Uma amiga toda esotérica sempre me disse que os dias que antecedem o aniversário são dias de "inferno astral"... Eu não acredito nisso, mas que os últimos dias têm sido complicados, isso têm.
Mas não os vejo como inferno astral, não vou culpar as estrelas por minhas angústias... nem por minhas alegrias...
Mesmo porque elas - as angústias - têm nomes, sobrenomes, endereços... E boa parte delas moram em mim mesmo!
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sexta-feira, julho 20, 2007
PROCURAM-SE AMIGOS
O bom é saber que amigos de verdade não precisam disso pra lembrarem um do outro.
Amigo de verdade é aquele que tanto faz se você vê todo dia, fala todo dia ou se só vê de vez em quando, só fala uma vez ou outra... mas a amizade não se abala por causa disso.
Amigo de verdade é aquele que conhece a gente direitinho... mas ainda assim, continua sendo amigo.
Amigo de verdade é aquele que diz pra gente aquilo que ninguém mais tem coragem de dizer, porque amigo de verdade não se preocupa tanto em nos agradar como se preocupa em nos ver felizes.
Deus me deu diferentes amigos, em diferentes lugares, em diferentes situações... mas, todos eles, cada um do seu jeito, contribuiram pra que hoje eu seja quem eu sou.
Que Deus, nosso amigo maior, abençoe a cada um de vocês!
Deixo aqui um texto do Ricardo Gondim, presentinho pra vocês!
PROCURAM-SE AMIGOS
Quando eu era menino, mamãe me aconselhava a tomar cuidado com os meus amigos. Depois, quando cresci mais, papai repetiu para mim o surrado provérbio: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Não consigo avaliar se consegui obedecê-los, mas, por outros motivos, venho trocando de amigos.
Cheguei à meia idade bem decepcionado com a palavra Amizade. Como reluto para não tornar-me cético, busco andar ao lado de verdadeiros amigos, porém, isso não é fácil.
Por causa da internet, consegui encontrar um companheiro bem antigo, que imaginei ser um bom amigo. Eu havia perdido contato com ele há alguns anos. Redigi uma mensagem cheia de afetos e saudade e supliquei-lhe que retomássemos nossos vínculos. Acrescentei que anelava por companhia. Ele agradeceu a minha “carta eletrônica” e propôs que, daquele dia em diante, compartilhássemos nossos esboços de sermões. Quase chorei. A última coisa que eu queria dele era o “esqueleto” de suas pregações. Mesmo com tantas decepções insisto em garimpar bons amigos.
Quero ser amigo de quem valorize a lealdade. Mesmo depois que ditadura militar soltou meu pai, o estigma de “subversivo” grudou-se nele. Um dia papai me contou, com lágrimas nos olhos, que seus antigos colegas da Aeronáutica desciam a calçada para não se verem obrigados a lhe cumprimentarem publicamente. Ainda guardo esse trauma e, sinceramente, não consigo lidar com amizades que só se mantêm por causa de conveniências, qualquer uma. Quero acreditar em amizades que não se intimidam com censuras, que não retrocedem diante do perigo e que não abandonam na hora do apedrejamento. Amigos não desertam.
Quero ser amigo de quem eu não precise me proteger e que não tenham medo de mim. Não creio em companheirismos repletos de suspeitas. Os grandes amigos são vulneráveis. Conversam sem se policiar, rasgam a alma e sabem que seus segredos jamais serão lançados em rosto ou expostos publicamente.
Quero ser amigo de quem não se melindra facilmente. Por mais que tente, continuo tosco; magôo meus amigos com meus silêncios, com minha introspecção e, muitas vezes, com meus comentários ácidos e impensados. Portanto, preciso de amigos que tolerem minhas heresias, minhas hesitações e meus pecados. Busco amizades que agüentem o baque das minhas inadequações. Preciso de amigos teimosos.
Quero ser amigo e não um mero cúmplice de vocação. Já preguei em algumas igrejas que, depois que o pastor me deixou na calçada do aeroporto, nunca mais tive notícias dele ou de sua igreja. Não quero colocar meu nome em conferências e congressos que me dêem prestígio ou que eu sirva só para reforçar a programação. Não tolero manifestações artificiais de coleguismo restritas a cultos festivos. Para mim, nada é mais ridículo do que ficar proclamando que somos uma “só família” em Cristo para depois sair criticando uns aos outros com farpas venenosas.
Quero ser amigo de quem não contenta em re-encaminhar mensagens re-encaminhadas de power-point da internet. Não gosto de cartões de aniversário com frases prontas e com obviedades. Acredito que os verdadeiros amigos têm o que repartir e que sentem necessidade de expressar seus sentimentos, suas dúvidas e principalmente seus medos e desesperos. Amizades superficiais são mais danosas para o espírito do que inimizades explícitas.
Quero ser amigo de quem não é muito certinho. Não tolero conviver com gente que nunca tropeça nos próprios cadarços, que nunca teve sonho erótico e que mantém a língua sob controle absoluto. Vez por outra, gosto de relaxar, rir do passado, sonhar coisas malucas para o futuro e conversar trivialidades. Quero amigos que se deliciem em ouvir uma mesma música duas vezes para perceber a riqueza da letra; de comentar o filme que acabaram de assistir, o último livro que leram e de, numa mesma conversa, elogiar e espinafrar políticos, pastores, atores, árbitros de futebol e serem capazes de chorar com poesia.
Quero terminar meus dias e poder dizer que, mesmo descrendo das ideologias, dos sistemas econômicos e das instituições religiosas, acredito em verdadeiras amizades, porque tive bons amigos. Até porque Deus não só ama, como também nos chamou de amigos.
Soli Deo Gloria.
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MINHA LITANIA - Ricardo Gondim
Minha litania.
Porque somos tão despercebidos da brevidade da vida.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque acumulamos riqueza imaginando que viveremos por longos anos.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque nos conformamos com a maldade impessoal do mercado.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque aceitamos a inevitabilidade da guerra.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque não questionamos haverem muitos pobres e poucos ricos nas penitenciárias.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque nos indignamos com as súbitas desgraças e nos aquietamos com os holocaustos crônicos.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque calejamos a alma para não nos revoltarmos com a mortandade africana.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque pagamos fábulas de dinheiro aos pilotos de carros de corrida e deixamos os professores com salários minguados.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque aceitamos que filhos de políticos também sejam candidatos.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque tentamos fazer de Deus um servo para nos prover o que precisamos.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque nos acostumamos com as cisternas podres e abandonamos as fontes de água cristalina.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque somos religiosos semelhantes aos algozes de Jesus de Nazaré.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque, como Tomé, precisamos ver para crer.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque continuamos parecidos com os nossos pais.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Porque só te pedimos misericórdia de vez em quando.
Cordeiro de Deus, tende misericórdia de nós.
Soli Deo Gloria.
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sexta-feira, julho 06, 2007
DON'T GIVE UP
Tem horas que tudo o que a gente precisa é se sentir querido, se sentir amado... e quantas vezes procuramos no lugar errado esse amor...
A verdade é que o amor de Deus por nós é o único em quem podemos confiar de verdade... mesmo quando as coisas não acontecem da forma como nós gostaríamos...
A letra dessa música fala de um amor assim. Acho que ela não foi escrita para descrever o amor de Deus por nós, mas pra mim, essa pode ser uma das interpretações...
Pra quem quiser o vídeo, o link é esse: http://www.youtube.com/watch?v=ls7ila3srzI
You Are Loved (Don't Give Up)
Don't give up
não desista
It's just the weight of the world
é apenas o peso do mundo
When your heart's heavy
quando o seu coração estiver pesado
I will lift it for you
eu o carregarei pra você
Don't give up
não desista
Because you want to be heard
porque você quer ser ouvido
If silence keeps you
se o silêncio prender você
I will break it for you
eu o quebrarei por você
Everybody wants to be understood
todo mundo quer ser compreendido
Well I can hear you
bem, eu posso lhe ouvir
Everybody wants to be loved
todo mundo quer ser amado
Don't give up
não desista
Because you are loved
porque você é amado
Don't give up
não desista
It's just the hurt that you hide
é só a mágoa que você esconde
When you're lost inside
quando você estiver perdido dentro de você
I'll be there to find you
eu vou estar lá para lhe achar
Don't give up
não desista
Because you want to burn bright
porque você quer brilhar
If darkness blinds you
se a escuridão cegar você
I will shine to guide you
eu vou brilhar para lhe guiar
Everybody wants to be understood
todo mundo quer ser compreendido
Well I can hear you
bem, eu posso lhe ouvir
Everybody needs to be loved
todo mundo quer ser amado
Don't give up
não desista
Because...you are loved
porque você é amado
Don't give up
não desista
It's just the weight of the world
é apenas o peso do mundo
Don't give up
não desista
Everyone needs to be loved
todo mundo precisa ser amado
You are loved
você é amado
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Como diz um amigo,
NEVER GIVE UP,
NEVER SURRENDER!
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domingo, julho 01, 2007
O AMOR DORME
Depois eu escrevo mais, só não queria deixar passar e acabar esquecendo...
O AMOR DORME
Todo amor dorme
Numa caixa, numa gaveta, numa sala escura
Que às vezes visito
Como hoje num sonho
Como Deneuve entre os pombos
A abençoar seus queridos
E o tempo, senhor dos enganos
Apaga os momentos sofridos
E aqui te traz vez por outra
A passar umas horas comigo
Ficamos nós dois entre sonhos
De amores novos e antigos
Te beijo no escuro silêncio da sala
Que às vezes visito
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domingo, junho 10, 2007
OÁSIS
Hoje me lembrei dele, por isso, ele está aqui.
Os pés queimados pelo calor da areia se esforçam para dar o próximo passo... Aliás, qual o próximo passo?
Os olhos, tristes como os de Carolina, guardam dor... tanta dor que já não brilham, nem refletem as estrelas.
No peito, leva a esperança do cumprimento de uma promessa: águas brotando do deserto, terra seca se transformando em lagos, verde florescendo no deserto...
E quando já não acreditava em sonhos, ela vê o oásis!
Ela vê as águas, o verde, as flores! E se atira, de corpo e alma nas águas que refrescam a pele, abrandam as queimaduras dos pés... Nos olhos, as estrelas brilham novamente! No coração, a certeza da promessa cumprida...
Como criança, esquece dos cuidados, e se delicia com aquilo que vê no oásis...
Paz!
De repente, um vento quente e seco começa a soprar... e tudo se esvai numa tempestade de areia...
Oásis? Não. Miragem!
A pele ressequida...
Os pés queimados...
Os olhos tristes...
No peito, dor...
Solidão!
terça-feira, maio 08, 2007
DE FLECHA A ARCO
Hoje reli esse texto do Gibran Kalin Gibran, que eu citei no meu discurso de formatura do que já foi chamado "2º grau" e hoje se chama ensino médio.
É diferente lê-lo pelo ângulo do arco, quando antes eu tinha o ângulo da flecha.
Sou arco há 11 anos... aprendi muito nesse tempo... e como ainda tenho que aprender!
Bem... o texto está aí...
OS FILHOS
GIBRAN KALIL GIBRAN
Vossos filhos não são vossos filhos: são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós, e embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força, para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria: pois assim como ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.
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segunda-feira, abril 16, 2007
PARA QUE SERVE UMA RELAÇÃO?
Eu sempre gostei dos escritos do Dráuzio... comecei lendo Carandiru, depois um livro meio autobiográfico sobre a infância passada num bairro de São Paulo, li também Por um fio, relato lindo de pessoas que estavam com sua vida por um fio...
Brigadão, Andressa!
Para que serve uma relação?
Drauzio Varela
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara um omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.
Se entendêssemos assim, não haveria tantas pessoas sozinhas...
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terça-feira, abril 03, 2007
MEU CORAÇÃO É FEIO!
Há algum tempo, ouvi uma história... Ela falava de um lugar onde todo mundo tinha o coração exposto, do lado de fora do peito. E eram vistos corações de todo o tipo: grandes, pequenos, macios, duros...
Naquele lugar morava um rapaz que se orgulhava de seu coração. Ele tinha o coração mais bonito dentre todas aquelas pessoas; um coração grande, forte, sem uma marquinha...
E naquele mesmo lugar morava um velho. E o coração do velho não era bonito. Pelo contrário: era feio, cheio de remendos, remendos de diferentes cores e aparência... até alguns pedaços faltando e feridas abertas aquele coração tinha. Definitivamente, era um coração feio!
Um dia, o rapaz e o velho se encontraram. O rapaz perguntou ao velho se ele não tinha vergonha de andar com aquele coração tão feio exposto.
O velho respondeu que aquele coração feio e remendado foi resultado da vida que ele levara. Cada remendo era um pedaço de um outro coração, sinal de que alguém passou por ali e deixou uma lembrança... cada ferida aberta, sinal de alguém passou por ali e só levou algo, sem deixar nada em troca... cada pedaço faltando, sinal de que algo foi dado pra alguém que precisava mais.
E terminou dizendo pro rapaz que feio era aquele coração tão perfeito, tão intocado, sinal de que ninguém tinha passado por ali, nem pra trocar, nem pra deixar, nem pra levar nada.
Hoje essa história me veio na cabeça. E ela me lembra uma coisa que ouvi há muito tempo, de uma amiga: “há pessoas que passam por nós e deixam um pouco de si; outras passam e levam um pouco de nós; algumas não passam, ficam”.
Fico pensando em como deve estar meu coração.
Certamente, ele não é como o daquele rapaz.
Tá cheio de remendos, sem dúvidas... tantas experiências, tantas trocas... Tanta coisa boa trocada... sinal de que alguns corações também levam um pedacinho do meu...
Pedaços faltando? Sem dúvida! Quantas vezes abri mão de uma coisa por saber que outras pessoas precisavam mais dela? Mas, com certeza, deve ter um ou outro coração por aí faltando um pedacinho que me foi dado...
Feridas abertas? Claro! Quem não as tem? Sinal de que alguém passou por aqui, arrancou o que precisava e nem se importou com mais nada... nem viu as lágrimas que causou... Mas como diz um amigo meu, isso é bíblico: dos dez leprosos, só um voltou pra agradecer...
Lágrimas molham meu coração constantemente. Tanto as que lembram que as feridas estão ali - e por vezes ainda doem - como as que lembram cada pedacinho que me foi dado, símbolo do amor que une as pessoas, sejam elas família, amigos ou alguém que só cruzou sua vida por um instante, mas que por algum motivo, se tornou especial.
É, sem dúvida meu coração é feio!
E como é bom saber disso!
sábado, março 31, 2007
SILÊNCIO 2
quinta-feira, março 15, 2007
RODA VIVA
"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu..."
Assim começa uma música linda, do grande Chico Buarque. E como tem dias em que a gente pode se sentir assim...
Esse último mês aqui no Rio a coisa ficou feia... ou sempre foi feia e só se mostrou mais uma vez.
A violência fez um monte de vítimas, desde o brutal assassinato do João Hélio a muitas vítimas de balas perdidas. Pra quem fica, a dor é a mesma.
A mãe de Alana, menina de treze anos, morta por uma bala perdida quando voltava da creche onde tinha deixado o irmão mais novo, foi entrevistada por um repórter que perguntou quais os sonhos que Alana tinha. A resposta doeu lá dentro: “Moço, quem nasce no morro não tem sonho, não”.
Às vezes eu choro os meus sonhos destruídos, as minhas dores... tudo parece tão grande! Mas quando vejo o que ocorre a minha volta, percebo como eu tenho tão pouco do que reclamar!
Essa semana um rapaz foi morto dentro de casa, num bairro onde fizemos evangelismo com o pessoal da igreja em janeiro. Carlos, 19 anos, morava na rua Tomaz Rabelo, na Cidade Nova. A rua dele não estava entre as que seriam de minha responsabilidade visitar durante o projeto. Sei que alguém da equipe deve ter passado por lá. Tomara que ele tenha tido a chance de ouvir sobre o amor de Deus...
Nessa semana eu ouvi o pastor Russell Shedd. Ele é um dos grandes pregadores da atualidade. Aliás, eu o ouço desde sempre; foi uma das minhas referências como homem de Deus.
Ele falou sobre o papel da família na teologia paulina. Para resumir (e muito), o que ele disse foi que a família é a base da sociedade e que enquanto as famílias forem o que vemos hoje, não vai mudar muita coisa. Pra ele, a solução é um verdadeiro avivamento; aí sim, teríamos as famílias restauradas e a sociedade mais justa.
Enquanto isso, vamos vivendo a nossa roda-viva...
RODA-VIVA
Chico Buarque
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mais eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
No volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
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quinta-feira, março 08, 2007
MULHERES
"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto-sentido. Alguém duvida de que ele exista?
E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça..." Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas? Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro". Quer evidência maior do que essa? Qualquer um que ama se aproxima de Deus. E com as mulheres também é assim.
O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor.
Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam. Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora."
(Luís Fernando Veríssimo)
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
BORBOLETAS, AINDA
Ontem eu postei aqui um texto sobre borboletas... e logo depois me lembrei de uma música antiguinha, que também tem borboletas como tema... e que eu gosto muito!
O clipe (meio breguinha, mas o que não era nessa época?) foi retirado do youtube, mas achei essa outra apresentação aqui:
Aí vai a letra:
BUTTERFLY ON A WHEEL
(The Mission)
Silver and gold and it´s growing cold
Autumn leaves lay as thick as thieves
Shivers down your spine chill you to the bone
´Cos the mandolin wind is the melody that turns your heart to stone
The heat of your breath carving shadow in the mist
Every angel has the wish that she´s never been kissed
A broken dream haunting in your sleep
And hiding in your smile a secret you must keep, love cuts you deep
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel
There´s no scarlet in you, lay your veil down for me
As sure as God made wine, you can´t wrap your arms around a memory
Take warmth from me, cold autumn wind cut sharp as a knife
And in the dark for me, you´re the candle flame that flickers to life
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel
Wise man say all is fair in love and war
There´s no right or wrong in the design of love
And I could only watch as the wind crushed your wings
Broken and torn, crushed like a flower under the snow
And like the flower in spring
Love will rise again to heal your wings
Love heals the wings of a butterfly on a wheel
Love will heal the wings of a butterfly on a wheel
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domingo, fevereiro 25, 2007
O SEGREDO DAS BORBOLETAS
E é pra você, Emily!
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!
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sexta-feira, fevereiro 16, 2007
EU NÃO QUERO SER ESTÁTUA DE SAL!!!
“E conhecerão a verdade,e a verdade os libertará.” – João 8.32.
“Se o Filho vos libertar, vocês de fato serão livres” – João 8.36.
“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo.” – 2 Co 5.17.
“Busquem, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” – Mateus 6.33
Fico pensando no que significa para nós, hoje, esse “olhar para trás”. Alguns pensamentos surgem.
Primeiro, que Deus, por sua infinita misericórdia, esquece os nossos erros, perdoa os nossos pecados e os lança no fundo do mar (“... e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” – Miquéias 7.19). Então, eu posso olhar para frente, pois não preciso ficar lembrando o que fiz de errado: se Deus me perdoou, isso foi apagado.
Segundo, quando eu penso primeiro no Reino de Deus, o coloco como minha prioridade número 1 e me dedico a ter um relacionamento íntimo com Deus (“Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, ... em vez disso, eu os tenho chamado amigos...” – João 15.14,15) não preciso ficar admirando o passado, pois tenho um grande amigo a quem posso confiar o meu futuro. Deus sabe muito melhor do que eu o que é melhor para mim e conhece todas as minhas necessidades. E vai suprir a cada uma delas de acordo com a Sua vontade, no tempo certo, nem um minuto a mais, nem um minuto a menos.
Por último, eu não preciso do passado ou das coisas que tive ou vivi no passado, se hoje eu tenho a minha vida nas mãos de Deus. Não quero pedir “Restitui (sic), eu quero de volta o que é meu!” porque quando aceitei a Cristo, tudo se fez novo: eu não preciso das coisas antigas! Eu não preciso continuar clamando por liberdade, se acredito que o sacrifício de Jesus é suficiente para me libertar.
Não, eu não quero ficar olhando para trás, como se lá fosse encontrar algo melhor do que o que Deus tem para o meu presente e para o meu futuro. Eu não quero ser uma estátua de sal!
Marcia Carvalho
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
CENA DE CINEMA
Não, não escrevi errado. Não é filme de terror. É filme de horror, mesmo.
Hoje, logo cedo, como faço todo dia, liguei o computador e vim dar uma checada nas noticias do jornal. O que eu vi me deixou sem saber o que pensar, como se alguma coisa em mim tivesse sido desligada.
João, um menino de seis anos, foi arrastado por bandidos que roubaram o carro onde ele estava por seis quilômetros. Os outros ocupantes, a mãe e a irmã de João, conseguiram sair do carro, mas João, não.
João ficou pendurado pelo cinto de segurança e os bandidos arrancaram com o carro. Percorreram quatro bairros, rodaram por dez minutos.
Eles sabiam que o menino estava lá. Andavam em zig-zag; será que queriam se ver logo livres da carga?
Quando chegaram a uma rua sem saída, abandonaram o carro e o pequeno corpo sem vida. E fugiram por uma estreita escadaria.
Eu fiquei sem palavras. Sem pensamentos.
Agora, algumas coisas me passam pela mente. Pela minha mente de mãe. E não consigo imaginar a dor daquelas mulheres. Não consigo porque parece que o cérebro me bloqueia as imagens. Porque quando a gente tem filho, a gente tende a ver no filho da gente o sofrimento dos filhos dos outros. E eu não consigo, não quero, não posso imaginar minha filha naquela situação. Naquele filme de horror.
Sempre odiei esse tipo de filme. Não vi nenhum deles. “O massacre da serra elétrica”, “Sexta feira 13”, “Jogos mortais”... não vi, não quero ver, não quero que me contem. São horríveis, mas, são apenas ficção. Ficção de horror, mas ficção.
A história de João não foi ficção.
Não foi:
tomada 1 - João tenta se livrar do cinto; a mãe se desespera porque não consegue; a irmã chora; João cai e fica pendurado... corta! (João se levanta e é substituído por um boneco igualzinho a ele)
tomada 2 - os bandidos arrancam com o carro e joão-boneco é arrastado enquanto bate com a cabeça e o corpinho na rua; pequenos pedaços de joão-boneco se esparramam no chão; uma trilha de sangue marca o caminho enquanto o carro se afasta...
Não, a história de João não foi ficção. João não era um boneco. João era um menino, como tantos outros por aí.
Deus tenha misericórdia da família de João.
Deus tenha misericórdia dos rapazes que colocaram um “the end” na história de João.
Deus tenha misericórdia de todos nós, que assistimos a tudo isso como quem vê um filme, um filme de horror, dando graças por não ter acontecido com um dos nossos meninos.
Marcia
(ainda sem palavras e com pensamentos bloqueados)
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terça-feira, janeiro 16, 2007
ALMAS PERFUMADAS
Me pergunto quantas ediths passaram por minha vida...
... e se eu algum dia serei edith pra alguém...
Almas perfumadas
Ana Cláudia Saldanha Jácomo
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.