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sábado, novembro 19, 2011

PONDÉ, VINÍCIUS E SILASTIE

Quase 4 meses depois, eis-me aqui novamente! Não, eu não deixo de escrever aqui por falta de assuntos para serem compartilhados. É que mais uma vez, estou vivendo uma fase de guerra entre razão e emoção, mente, coração e mãos. E assim, numa luta entre o que penso, sinto e escrevo, entre o querer dizer e o preferir não falar, fico calada. 


Nunca me esqueci de uma conversa com um grande amigo que me disse, falando sobre Eclesiastes 3 (tempo para todas as coisas), que tanto o tempo de falar como o de calar são importantes e confundir os dois é um grande erro. Espero conseguir sempre distinguir entre cada um desses tempos... e me posicionar certo em cada um deles!


Bem, o que me trouxe aqui foi uma postagem muito interessante de uma amiga, a Simone, do blog Folha Tremulante, que eu já tinha lido há algum tempo, mas que sendo relida hoje, me falou mais alto. E falou mais alto porque tenho ouvido e lido o Luiz Felipe Pondé, que critica essa busca incessante pela felicidade, essa obrigação de ser feliz que a sociedade impõe e cobra de todos nós.


Eu concordo com os dois porque, embora seja muito bom estar feliz e ser feliz, será que a obrigação de estar cercado de felicidade por todos os lados, em todos os momentos, é saudável?  E essa busca frenética acaba nos cegando para momentos deliciosos, que simplesmente deixamos passar...


E mais: dá pra ser completamente feliz se olharmos, mesmo que de relance, para esse mundo que nos cerca?


Não, não estou condenado a felicidade. Não tenho vocação pra masoquista. Mas quero estar mais atenta para o que me faz feliz hoje do que para todos os outros motivos para não estar feliz.


Acho que no Samba da Benção, Vinícius foi perfeito: "É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração; mas pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza; é preciso um bocado de tristeza, senão, não se faz um samba, não." 


Bem, deixo com vocês o texto da Simone. Boa leitura!




Simone Pinheiro


A sociedade moderna coloca um peso muito grande no “ser feliz”, “estar tudo bem”, ter, ganhar, comprar, comprar e comprar...

A mídia  mostra-nos incessantemente objetos que não precisamos, mas se não temos estamos fora do contexto.

Isso é muito cansativo... Outro dia ouvi uma reflexão muito interessante sobre o “tudo bem? “ aquela nossa expressão cultural de dizer oi sem muito compromisso. E no fim tudo, tudo mesmo... realmente é muita coisa pra estar bem.

O engraçado é que nunca havia parado pra pensar nisso, essa expressão traz um peso muito grande, uma cobrança subliminar, dando a impressão de que realmente é possível estar tudo bem, e se com a gente não está, temos um problema.

Não tive nenhum momento em minha vida onde estivesse tudo bem, não falo isso com melancolia, ou depressivamente. Simplesmente é assim,  uma área da sua vida está totalmente resolvida , uma outra começa despencar. 
Antes da mensagem do Claudio Manhães, eu sinceramente acreditava que só acontecia comigo e que pra todo o resto do universo realmente estava tudo certo... todo o resto do universo foi exagero, mas pelo menos meu vizinho, meu colega, meu primo, o ator da novela, o pop star, sei lá... pra alguém estava tudo certo.

Resolvi fazer um exercício, a começar pelos mais próximos pra entender se realmente fazia sentido o que ouvi na reflexão, e verdadeiramente eu não era a única a ter sempre algum probleminha a me incomodar. Olhar a minha volta, se você nunca fez isso eu o convido a fazer. Não  se trata de torcer pelo mal alheio, mas apenas constatar que a vida é complicada pra todo mundo, e aí eu vou generalizar, todo mundo mesmo. Uns mais outros menos, mas tudo mundo tem problemas.

A idéia aqui não é te deprimir, fique tranquilo, muito pelo contrário. A idéia é basicamente tirar o peso, a obrigação de ser feliz a todo custo. E substituir essa perspectiva por ser contente. Contentamento, independente daquele, ou daqueles probleminhas que insistem  em aparecer.
Vamos ignorar os problemas agora? Não... Essa não é a idéia, mas pense bem, tem alguma coisa na sua vida que vai bem, e você, eu, nós... estamos deixando de aproveitar porque ainda tem algo a ser resolvido em outra área, ai insistimos tanto em resolver , e vai que por azar conseguimos, mas aí deixamos de aproveitar o que estava bom, e gastamos tanta energia pra consertar isso que agora nem é tão legal assim mais. E surpresa, tem mais alguma coisa despencando na nossa vida. E assim segue o ciclo...

Precisamos parar de tentar estar bem em todas as áreas e realmente aproveitar o que no momento está bem. Estar bem a pesar do “e se...”
Isso facilita muito seguir em frente, viver cada momento, aproveitar cada fase. Mas e o resto? Bem o resto, vez ou outra irá se resolver, e se isso não acontecer você não aplicou todas as energias em deixar tudo perfeito mas sim, aproveitou os bons momentos que eram possíveis de serem desfrutados. Isso deixa-nos mais leves, sem aquela pressão social de ser feliz a qualquer custo, simplesmente aproveite o que tem nas mãos.
Seja livre pra viver intensamente o presente, com contentamento, sem tantos lamentos, aproveitando cada momento. Tenha uma vida mais leve, sem tantas cobranças, resumindo Carpe Diem!


"...Porque a vida não é certa... Nada aqui é certo. O que é
certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando,
sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo,
conseguindo...Quando a gente acha que encontrou todas as respostas, vem a
vida e muda todas as perguntas." Veríssimo

quinta-feira, setembro 20, 2007

DIALÉTICA

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...


(Vinicius de Moraes)

Com todo respeito que o Vinícius merece, eu altero a última estrofe:
Mas acontece que estou triste...


Tá chegando meu aniversário... Uma amiga toda esotérica sempre me disse que os dias que antecedem o aniversário são dias de "inferno astral"... Eu não acredito nisso, mas que os últimos dias têm sido complicados, isso têm.

Mas não os vejo como inferno astral, não vou culpar as estrelas por minhas angústias... nem por minhas alegrias...

Mesmo porque elas - as angústias - têm nomes, sobrenomes, endereços... E boa parte delas moram em mim mesmo!


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