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terça-feira, abril 16, 2013

ADÉLIA, SEMPRE!

Eu sempre leio antes de dormir. Já deitada, pego um dos autores que "moram" na minha mesa de cabeceira. Um desses autores é a Adélia Prado.

Noite passada, folheando o "Oráculos de Maio", cheguei aqui:



Em poucas palavras, um resumo genial de como interpretar errado o que achamos que vem de Deus. 

Não consigo descrever Adélia. Mas, quando eu crescer, quero ser como ela!




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quinta-feira, setembro 27, 2012

BALAIO MUSICAL 4.3 (26 - Canção da Alvorada)

Hoje é dia de colocar a penúltima música nesse meu balaio de aniversário. 

Escolhi uma música que vai ser a primeira que vou cantar amanhã, bem cedinho... a minha vida não foi muito fácil e até posso dizer que foi bem difícil em alguns momentos. 

Mas é muito bom saber que eu nunca estive sozinha: sempre pude contar com  a minha família e com meus amigos. E, acima de tudo, Deus se fez presente em cada momento, revelando o seu amor e seu cuidado de diferente formas.

Por isso essa música: para agradecer a ele cada benção que recebi, mas também para agradecer e muito, a companhia dEle em toda a minha caminhada. 

Canção da Alvorada, de João Alexandre.





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terça-feira, setembro 09, 2008

QUANDO DEUS APARECE

Sempre achei que Deus aparece muitas vezes pra nós de uma forma tão simples que algumas pessoas não conseguem identificá-lo.

Estou muito longe de ser uma panteísta, mas acho que Deus se manifesta nas pequenas coisas que nos cercam.


Quando li esse texto hoje, vi que concordo com muito do que a Martha escreveu.
E o achei de uma simplicidade tão grande que resolvi colocá-lo aqui.




QUANDO DEUS APARECE



Tenho amigas de fé. Muitas. Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail poético, dia desses. Ela comentava, em detalhes, sobre o recital a que ela assistiu do pianista Nelson Freire, recentemente. Tomada pela comoção durante o espetáculo, ela finalizou o email assim: “Nessas horas Deus aparece.”


Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça. De fato, Deus não está em promoção, se exibindo por aí. Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente. Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós. Eu não sou uma católica praticante e ritualística – não vou à missa. Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.


Quando Deus aparece pra você?


Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire. Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma. De forma inesperada, a música me transcende.


Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.


Deus me aparece – muito! – quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.


Deus me aparece – e não considere isso uma heresia – na hora do sexo, desde que feito com quem se ama. É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape. Diferente, preste atenção. Não quero dizer que qualquer sexo não seja bom.


Neste exato instante em que escrevo, estou escutando “My Sweet Lord” cantada não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha, também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com Ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.


Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas. E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.


E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo.



Martha Medeiros

Revista O Globo, 24/agosto/2008


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sábado, dezembro 09, 2006

OSSOS SECOS, GALHOS E FLORES



Em Ezequiel 37, conta-se a visão de um vale de ossos secos: Ezequiel é levado pela mão de Deus e colocado no meio de um vale cheio de ossos secos. E Deus mostra a ele que aquilo que parece acabado, ainda tem solução... um estranho barulho começa e os ossos começam a se aproximar uns dos outros, e fáscias, tendões, vasos sanguíneos e músculos começam a surgir e cobrir aqueles ossos... órgãos se formam, pele recobre tudo... unhas e cabelos surgem... Vida onde antes não havia nem esperança!

Penso em quantas vezes me senti assim, no meio de muitos e muitos ossos secos. Sensação de deserto, exílio... Estou vivendo mais um período de ossos secos!

Não quero escrever da teologia do que aconteceu com Ezequiel; nem tenho conhecimento pra tal. Quero fazer um desabafo, lançar minhas lágrimas no vento, andar na beira do mar e sentir a água lavar minha tristeza...

Com quantos ossos secos se faz um deserto?
2006 foi um ano muito difícil pra mim, talvez um dos mais difíceis que já vivi. Repenso o que fiz, o que senti, o que vivi...

Arrependimentos? Alguns, com certeza...

Dores? Muitas...
Lágrimas? Incontáveis... mas quando elas se misturam com a chuva, quase ninguém vê...
Amigos de verdade? Poucos, pouquíssimos… Mas é melhor assim: nesse caso, qualidade é tudo!

Lições? Muitas, mas ainda falta absorver boa parte delas. Mas algumas ficaram gravadas, e foram gravadas a ferro e fogo, queimando, machucando... e devem ficar pra sempre.

Ossos, ossos, ossos… Meu vale anda cheio deles. E muitos vão continuar assim, só ossos secos…

Tem uma música muito antiga, nem sei quem canta, mas que eu gosto muito… o nome é Galhos Secos: “Nos galhos secos de uma árvore qualquer, onde ninguém jamais pudesse imaginar, o Criador vê uma flor a brotar. Olhai: os lírios cresceram no campo, pois o Senhor nosso Deus os tem alimentado para nossa
alegria."

E, assim como nessa música, eu vejo que mesmo em meio a tantos ossos secos, Deus tem feito brotar flores que me alegram o coração e me fazem suportar o silêncio dos ossos imóveis. Não vou citar os nomes, mas cada flor que apareceu no meu vale em 2006 um motivo pra sorrir.

Uma dessas flores me lembrou que só podemos ver bem os montes quando estamos no vale, como aconteceu tantas vezes com o salmista… e que por isso mesmo o vale é importante…

Outra flor me lembrou que quando o povo de Israel foi para mais um exílio (Jeremias 29.4-6), a ordem de Deus foi para que aproveitassem esse período para viver, plantar, construir… O exílio muitas vezes é período de crescimento…

Em uma outra flor eu vejo a alegria de saber que o navio está ancorado logo ali… só falta embarcar… e que a melhor hora do embarque é aquela marcada por Deus...

E tem aquela outra flor, que com um abraço gostoso (mesmo que muitas vezes só enchendo a tela do msn) sempre me faz sorrir...

E algumas outras só com um sorriso ou um olhar dizem tudo...

O silêncio ainda persiste... flores brotando costumam ser bem silenciosas... mas sei que ainda ouvirei o ruído dos ossos...
Onde há Deus (e existe lugar onde não há?), há esperança!

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quinta-feira, outubro 26, 2006

ASSOMBRO



ASSOMBRO


Estou lendo “O Evangelho Maltrapilho”, de Brennan Manning. Ainda não terminei, mas estou saboreando cada página, tão cheia do evangelho da graça!

Tudo o que eu li até agora me faz pensar, refletir... me desperta sentimentos, sensações... Estou me deliciando!

Um dos trechos que me chamou atenção foi o início do capítulo cinco “Biguás e Gaivotas”, onde é contada a história de um rabino, Abraham Joshua Heschel, que no seu leito de morte confessa a um amigo que o que ele tinha pedido a Deus, tinha recebido. Ele pediu assombro, e Deus concedeu.

E começa-se a descrever sobre coisas do cotidiano que hoje não nos causam mais assombro. Perdemos o senso do assombro!

“Já não perdemos o fôlego diante de um arco-íris ou do perfume de uma rosa (...). Ficamos maiores e todo o resto ficou menor, menos impressionante. Tornamo-nos apáticos, sofisticados e cheios de sabedoria do mundo. Não deslizamos mais os dedos sobre a água, não gritamos mais para as estrelas nem fazemos caretas para a lua. Água é H2O, as estrelas foram classificadas e a lua não é feita de queijo. (...)
Ficamos tão preocupados conosco (...) que nos tornamos imunes à glória da criação. Mal notamos a nuvem que passa sobre a lua ou as gotas de orvalho nas folhas da roseira. (...) Evitamos o frio e o calor. Refrigeramos a nós mesmos no verão e sepultamo-nos debaixo de plástico no inverno. Rastelamos cada folha assim que cai (...) nunca paramos pra pensar sobre a liberalidade da criação de Deus. (...) Perdemos a experiência do assombro, da reverência e da maravilha!”

Há quanto tempo eu não parava pra pensar nisso tudo? Logo eu, criada aos pés do Dedo de Deus, o conjunto de montanhas mais incrível – e assombroso - que já vi. Tá na foto aí em cima: uma gigantesca mão apontando para o céu, para cima, para o alto, para o Altíssimo!

Anteontem resolvi passear na Floresta da Tijuca. Beber a água adocicada da fonte. Ver a cachoeira e sentir o spray da água. Ouvir o silêncio da floresta. Borboletas e libélulas. Os raios de sol através das folhas. O tamanduá-mirim. O cheiro do verde. A gruta e mais uma cascata. Outro tamanduá. O açude da solidão.

Ontem eu fui caminhar na pista de cooper da Praia Vermelha, na Urca. Que lugar maravilhoso, bem no encontro do mar com as montanhas! As ondas batendo nas pedras. O barulho gostoso da água. O cheiro bom do mar. A cor da água, um verde-jade inesquecível. A linha do horizonte misturando céu e mar num azul indescritível.

Quanta coisa assombrosa!

Como disse Davi, no salmo que hoje chamamos de 19, “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra de suas mãos. Um dia fala a outro dia, uma noite fala a outra noite. Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras até os confins do mundo.” (nvi)


Marcia Carvalho
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terça-feira, junho 20, 2006

ONDE ESTAVA DEUS?


Reproduzo aqui a pastoral que meu pastor escreveu no boletim do domingo 18/06/06. Eu tinha pensado em escrever sobre isso, mas ele já fez tão bem...


Bento 16 visitou Auschwitz, na Polônia, o mais famoso campo de extermínio utilizado pelos nazistas. Calcula-se que em suas câmaras de gás foram mortos de 1940 a 1945 entre 1,1 milhão e 1,5 milhão de pessoas. Bento 16 passou uma hora e meia nesse local e fez aí um discurso. Os jornais do mundo inteiro deram destaque à pergunta de Bento 16: "Deus, por que o Senhor ficou em silêncio?", foi a manchete do jornal italiano La Repubblica. O diário alemão Berliner Zeitung reproduziu: "Onde estava Deus?"

A pergunta-oração foi muito infeliz, já que é justamente a que fazem os inimigos da fé. Previsivelmente provocou reações. O rabino Henry Sobel, em texto publicado em O Estado de S.Paulo, respondeu: "Com todo o respeito, permito-me responder ao Sumo Pontífice: Deus estava onde sempre esteve, esperando que os homens assumissem o seu dever".

A questão do mal no mundo, sendo multicausal, é muito complicada para se resolver num artigo de boletim, se é que tem solução? Mas acho que, no caso do nazismo, o rabino tocou o cerne da questão. No mundo há males que resultam da nossa negligência. Quando os homens não "assumem o seu dever", não adianta depois perguntar a Deus onde ele estava. Se cavo e deixo aberto um buraco no quintal e cai lá uma criança, como posso perguntar a Deus onde ele estava? Por outro lado, o que o rabino quis dizer é: onde estavam os chamados homens de Deus quando o nazismo matava e torturava? De que lado estava a igreja? Onde estava Pio 12, por exemplo? Por que os púlpitos alemães não confrontavam o povo com o seu pecado? Será que alguém chegou a pregar que o preconceito é pecado? Que lições podemos retirar hoje para a nossa vivência cristã a partir da omissão dos irmãos alemães?

Lamento, papa, mas o silêncio não foi de Deus.

Pr. João Soares da Fonseca
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