terça-feira, outubro 27, 2009

BALAIO MUSICAL (2)

Meu balaio tem várias cores, vários sabores... Hoje, tem gosto de pão de queijo.

Desde ontem essa música grudou na minha cabeça...
(Ainda bem que é essa... já pensou se fosse "Zaqueu"?  rsrsrs)

Ela faz parte da minha história, e marcou um momento muito bonito que vivi. Acho que por isso ela de vez em quando me volta à mente, sempre trazendo boas lembranças.

segunda-feira, outubro 26, 2009

EM NOME DE QUE DEUS?

Recebi o link para o vídeo abaixo algumas vezes nos últimos dias. Como já tinha ouvido falar do problema, confesso que estava sem vontade alguma de acessar o vídeo. Mas hoje resolvi assistir... e foi um triste começo pra minha semana.

É duro ver até onde a exploração da fé e da ignorância do povo pode chegar.
É mais duro ainda saber que isso é feito em nome de Deus.

Me lembro das palavras de Jesus quando alguns discípulos queriam impedir as crianças de tocarem nele: "Deixai vir a mim as crianças, porque delas é o Reino dos Céus". 


sexta-feira, outubro 23, 2009

SURPRESAS DA NOITE




Quarta feira à noite fui à igreja. O meu pastor está fazendo uma série especial, Academia da Alma, sempre com temas muito interessantes. 

O tema dessa quarta foi "Superação - quero ir além". Não, ele não mostrou como determinar nada pra Deus nem coisas do tipo. Ele falou sobre a importância de sabermos os nossos objetivos e de termos esforço, disciplina e coragem para alcançá-los, buscando sempre a orientação de Deus para isso. 

O mais interessante nessa história foi como ele conseguiu, sem fazer auto-promoção, contar como tem sido sua recuperação de um câncer e a alegria de ver que toda a disciplina no tratamento (e na fisioterapia, que ele parece não gostar muito) tem trazido bons resultados.

Enquanto ele falava, percebi uma sombra me sobrevoando dentro da igreja. Para a minha surpresa, à noite, dentro de um templo todo fechado, uma borboleta enorme, daquelas que são pretas de um lado e azul metálico quase escuro do outro, estava lá, no seu voar lindo e leve.

Quem me conhece sabe como eu gosto de borboletas. Como me fez bem aquela visita inesperada!

Mas as surpresas da noite ainda não tinham acabado. Ao sair, depois de subir uma ladeira onde as árvores não me deixavam ver o céu, cheguei no local onde tinha deixado o carro. E ali, uma área aberta, pude ver o céu e, pendurada nele, a lua, que devia estar no começo da sua fase crescente e era apenas um sorriso. Mas não um sorriso desses de lado, comuns nas luas crescentes. Era um sorriso horizontal, lindo.

Voltei pra casa muito feliz, com o coração cheio de paz: ouvi uma palavra de esperança realista, fui sobrevoada por uma borboleta e recebi um sorriso da lua. O que mais eu poderia querer?





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segunda-feira, outubro 19, 2009

JANIS JOPLIN E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Hoje o dia começa nublado e preguiçoso. Já levei filha pra escola, voltei pra casa, e como de costume, tomo meu café lendo o jornal e navegando pela net. De um tempo pra cá, a rotina matinal inclui passeios pelos textos novos dos blogs que sigo.

E assim cheguei no Genizah, onde encontrei esse post que tem como nome um trecho de uma música muito conhecida na época dos hippies e com uma foto de chamar atenção: uma Mercedes-Benz toda dourada, parecendo ser de ouro mesmo. 

Descobri que a origem do post era outro blog, o Altar de Pedra. Então fui lá, me apresentei e avisei que estou publicando o texto aqui.

Quando a Janis Joplin morreu, em outubro de 1970, eu tinha acabado de completar 1 ano de idade. Janis morreu aos 27 anos, por overdose de heroína. A música que dá título ao post do Sergio foi lançada seis meses após a morte dela.

Bem, vamos ao post.



Oh, Lord, won't you buy me a Mercedes-Benz?





Assim começa a canção de Janis Joplin composta em outubro de 1970. Nela Janis buscava criticar o materialismo da sociedade americana. De maneira contundente ironizava o egoísmo, a vaidade e a indiferença social das crenças religiosas da América. “Oh Senhor! Não vai comprar para mim uma Mercedes Benz?” indagava com sua voz rouca, cantando à capela, quase uma oração.

E a ironia contundente da canção estava justamente no fato de alguém pedir a Deus em oração de maneira (aparentemente) humilde, sincera e verdadeira, uma ostentação luxuriante, como se isto fosse algo natural (ou melhor, sobrenatural). No contraponto humildade-ostentação, suplica-conquista, necessidade-extravagância surge o constrangimento da situação e neste constrangimento está seu lado cômico e impactante.

Hoje não é mais cômica, muito menos impactante.

A ironia dentro da ironia é que esta mensagem deixou de ser constrangedora nestes nossos dias, em nossas igrejas, em nossas orações depois do surgimento da Teologia da Prosperidade. O que era vício assumiu a forma de virtude. Não uma, ou duas vezes, ouvi pedidos parecidos sendo feitos por sacerdotes cristãos em púlpitos e reuniões. Aliás, coisas do tipo “isto é carro para filho de Deus” ou “isto sim é carro de pastor” são até corriqueiras, comuns, justamente porque não se vê a luxúria, o culto ao ego e a vaidade da alma como sentimentos a serem combatidos.
 

Não entrarei no mérito de ser ou não correto, ser ou não legítimo, para um cristão possuir um carro de alto luxo. Cada um pode fazer o que bem entende com seu dinheiro. Principalmente se ele é fruto de trabalho honesto, árduo e dedicado.

O mérito a ser discutido e que deixa alguns cristãos incomodados é que a maioria das pessoas que freqüenta cultos não se sentiria constrangida com esta música. Os valores (aqui como qualidade daquilo que se valoriza, que se dá valor) do cristianismo evangélico ocidental se transformaram de tal maneira que abraçaram os valores mundanos. Novamente; aquilo que era vício se tornou virtude e isso transformou completamente o entendimento do que é certo ou errado em relação ao Reino e às palavras de Jesus.

A maioria das pessoas compreende o fato de que é lícito pedir a Deus o suprimento de nossas necessidades básicas ou a ajuda em coisas que são necessárias, importantes. O apóstolo Paulo nos ensinou a “fazer conhecidas de Deus as nossas petições”. O próprio Jesus, na oração modelo, nos ensina a pedir a Deus que supra as nossas necessidades. Note-se que a oração modelo diz “pão nosso para cada dia”, não caviar nem foie gras. Com simplicidade, humildade e sentido de coletividade nós podemos, e devemos, pedir coisas para Ele.
 

A maioria das pessoas também compreende que usar uma maneira legítima de socorro divino para fins menos nobres (no caso, coisas de nobre) não é muito ortodoxo. Tanto não é que a carta de Tiago nos ensina que tais orações simplesmente não serão atendidas. Este tipo de pedido demonstra o egoísmo, vaidade e soberba de quem o faz e Deus simplesmente não compactua com esta coisas.

A música de Janis quase pode ser confundida com louvor hoje em dia. Quase dá para tocar nas igrejas (Quase?). Porque a igreja incorporou os pensamentos que tentava despertar como incompatíveis com o Reino de Deus, ou seja, valore mundanos. Estes entraram no seio, no âmago da igreja.

Miserável Teologia da Prosperidade, maldito culto ao ego e à personalidade, maldita vaidade da alma. A teologia e o espírito destes dias conseguiram transformar a pobre e perdida Janis, na irmã Joplin...

A resposta para a “oração” dela hoje seria: Aleluia, irmã! Recebaaa!!!

(fonte: blog Altar de Pedra)




Pra quem quiser se lembrar ou conhecer a música:





Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?


Oh Lord, won’t you buy me a color TV ?
"Dialing For Dollars" is trying to find me.
I wait for delivery each day until three,
So oh Lord, won’t you buy me a color TV ? 


Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?
I’m counting on you, Lord, please don’t let me down.
Prove that you love me and buy the next round,
Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ? 


Everybody!

Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends,
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ? 


That’s it!
 

domingo, outubro 18, 2009

POR AÍ (2)

Técnica a gente aprende.
Talento, ou se nasce com, ou não se tem.

A jovem ucraniana Kseniya Simonova, de 24 anos, virou sensação na internet depois de vencer o Ukraine’s got talent, versão local do programa de calouros que, no Reino Unido, deu fama à cantora Susan Boyle. Ela fez, ao vivo, uma animação usando apenas areia em uma tela iluminada. 
(Retirado do site da revista Época)

  

POR AÍ (1)



As escadas de um metrô em Estocolmo, na Suécia, foram transformadas em um piano gigante. À medida que os pés pisam em um degrau,  uma nota diferente é tocada. 

A invenção faz parte de um projeto da Volkswagen chamado "teoria da diversão", que tem como objetivo mostrar que a felicidade é o caminho mais fácil para as pessoas mudarem. Segundo informações da empresa, após a invenção, 66% a mais de pessoas optaram pela escada musical.

E você,  qual escada escolheria?

 


No segundo vídeo, a ideia foi colocar numa lata de lixo um equipamento de som que imita o barulho de algo caindo em um precipício. Algumas pessoas chegam a catar o lixo do chão só pra ouvir o barulho. 



PS: não consegui achar vídeos menores, por isso essa invasão da coluna ao lado.







sexta-feira, outubro 16, 2009

BALAIO MUSICAL (1)

Essa ideia eu copiei da minha amiga Cris Danuta : colocar pelo menos uma música por semana no blog. Pensei em chamar essa "coluna" de Cesta Musical, brincando com a ideia de cesta e sexta-feira, dia em que pretendo postar os vídeos. Mas, e se eu quiser postar em outro dia? Troquei a Cesta pelo Balaio e resolvi a questão.

Bem, vou  começar com uma música antiguinha, lançada há 20 anos... Lembrei-me dela por causa da divulgação do filme "Herbert de perto" e também pela letra, que hoje (hoje mesmo, o dia de hoje, não um hoje genérico) tem um significado particular.



quinta-feira, outubro 08, 2009

40 ANOS, parte final - AMIGOS SÃO ANJOS




Embora eu acredite que algumas coisas boas permaneçam para sempre, existem outras que uma hora acabam, né?

Aqui estou eu, finalizando a "série" dos 40 anos... Devo confessar que está acabando de um modo diferente do que eu gostaria, mas "infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer", como já disse há muito tempo Guilherme Arantes em Deixa chover (aliás, ontem pensei nessa música... hehehe).

O que importa é saber que a vida continua e que os amigos de verdade sempre estão presentes, seja pra rir com a gente ou ajudar a secar nossas lágrimas, dando um puxão de orelha ou fazendo um cafuné. Uma vez eu li que amigos são anjos! Que bom saber que eu tenho alguns anjos ao meu lado!

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quinta-feira, outubro 01, 2009

40 ANOS, parte 4 - A LISTA


Aniversário é sempre uma boa época pra refletir... acho que já disse isso no post abaixo.

Hoje eu queria pensar um pouquinho nas pessoas, musicas e coisas que fizeram parte da minha vida... vou listar algumas aqui, certamente vou esquecer algumas outras...  

Também não sei se vou só lembrar de coisas boas: vou abrir a torneira das emoções e ver o que sai.


lista 1: lembranças do tempo de criança 

- o vizinho que falava "borbofleta" e "desfedorante"

- música caipira nas manhãs de domingo, quando ia pra casa do meu avô, na roça (foi quando ouvi pela primeira vez Pena Branca e Xavantinho, Milionário e Zé Rico e por aí vai)

- minha mãe cantando hinos o dia todo; de vez em quando ela cantava umas músicas engraçadas como uma que dizia "sacode a saia e também o paletó; vou dançar com uma comadre, que é hoje só!" 

- programa de rádio às cinco da manhã: seresta na madrugada (que outra criança acordava tão cedo no domingo pra ouvir isso?) 

- as aulas de ebd na igreja e as consequentes discussões com a professora de religião católica do colégio 

- minha bisavó materna, já cega pela catarata, fazendo crochê 

- minha avó materna, que sempre tinha bolo quentinho e café passado na hora pra gente 

- minha avó paterna, que quase não escutava, mas enxergava que era uma beleza e nunca precisou usar óculos 

- meu avô paterno, que era o contrário da minha avó: não enxergava quase nada, mas tinha um ouvido! 

- minha mãe me ensinando a bordar; acho que daqui vem a minha habilidade pelos trabalhos manuais  

- meu pai, que mesmo com a cara de bravo, sempre foi um coração mole e quando ganhava presente nosso, fingia que estava guardando e ficava chorando escondido com o rosto dentro do armário

- as costuras das minhas tias 

- a marcenaria dos meus tios; até hoje, gosto do cheiro de madeira cortada (menos o angelim, que tem um cheiro horrível!) 

- a barbearia do meu pai; eu me encantava com aquela parede coberta de espelhos e aquelas cadeiras que giravam, abaixavam e levantavam (ainda trago uma aqui pra casa!) 

- os livros: a floresta azul, memórias de um cabo de vassoura, o caso da borboleta atíria (li muito mais, mas esses foram os primeiros que li) 

- brincadeiras de rua com os moleques da vizinhança; parte deles morava numa quase favela que era perto, mas ali a gente era só criança, ninguém ligava se a casa do outro era assim ou assado 

- a primeira paquera na escola, já quase entrando na adolescência (rasguei o bilhete e deixei em cima da cama, minha mãe viu, juntou os pedaços e descobriu tudo...) 


lista 2: lembranças do tempo de adolescente 

- o primeiro beijo 

- as poesias presas no portão 

- a primeira amiga que fez aborto (a gente já tinha quase 18 anos) 

- os primeiros questionamentos sobre Deus 

- as férias em que minha mãe ficou revoltada porque eu peguei um monte de livros na biblioteca e passei o tempo todo dentro do quarto lendo, até que ela resolveu devolver todos os livros e me mandar ir brincar lá fora, como os outros adolescentes "normais"  

- a morte da minha bisa, menos de três meses depois dos meus 15 anos; não me lembro de ter visto um dia de verão com o céu tão azul como aquele dia (o céu de inverno costuma ter o azul mais forte) 

- a indecisão sobre que faculdade fazer: fiz inscrição para jornalismo, porque queria entrevistar bandido, mas não fui fazer a prova; queria fazer biologia, mas não queria ser professora; resolvi fazer veterinária 

- aprender andar de moto aos 13 anos – era uma Yamaha TT 125 e o barulho dela parecia pipoca estourando; um dia caí ao tirar o descanso e nunca mais andei... quer dizer, só na garupa 

- na mesma época, perder um amigo num acidente de moto; um grupo de amigos tinha passado a tarde lá em casa, todo mundo brincando, rindo, se divertindo... quando ele foi para casa, sofreu um acidente e morreu; tinha 16 anos 


lista 3: lembranças do tempo de juventude e vida adulta 

- o casamento secreto de uma amiga 

- a ida para faculdade; sair de casa pela primeira vez e ir para outra cidade; deixar de ser a filhinha da mamãe para dividir o quarto com 3 estranhas, ter que cuidar da minha roupa e da minha comida 

- aprender a sobreviver num mundo muito diferente do que eu estava acostumada 

- conhecer pessoas que mesmo que nunca mais eu tenha visto, vão continuar para sempre no coração e na memória 

- o amigo quase alcoólatra e o amigo viciado em cocaína 

- ouvir saxofone na floresta da Tijuca 

- ver o sol nascer na Barra  

- conseguir a melhor nota da turma em Cirurgia: essa eu não esperava mesmo! 

- meu casamento 

- a morte do Senna, 15 dias depois do meu casamento 

- a minha gravidez e a mudez do meu marido (hoje, ex-marido) 

- nascimento da Mel; inesquecível, tranqüilo; parir e amamentar é bom demais! O clima na sala de parto, os amigos esperando lá fora... 

- mudança para Chicago; sair do Rio com 40°C e descer numa cidade coberta pela neve e com a temperatura de -20°C!  

- volta pro Brasil, início de outra faculdade, fim do casamento 

- a morte de uma tia muito querida; ela tinha AIDS e câncer de fígado 

- o suicídio de um amigo de adolescência, o que deixava as poesias no meu portão

- frio, muito frio na alma, por muito tempo 

- borboletas no estômago, chuva, terra molhada 

- longo caminho pela frente, mas com ânimo para começar a nova caminhada, afinal, a vida está começando agora! 


É claro que aqui só tem uma parte muito pequena das coisas que eu vivi; só aquilo que lembrei assim de repente, sem pensar muito. Um dia ainda escrevo o que essas coisas todas me causaram, a minha reação a elas e o que eu imagino sobre como elas transformaram minha vida. 


Para terminar, A Lista, uma música do Oswaldo Montenegro (a segunda dessas lembranças de aniversário), que sempre que ouço, me faz pensar.






A LISTA 
Oswaldo Montenegro 

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...


Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...


Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?


Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?


Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?


Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?



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