terça-feira, setembro 29, 2009

40 ANOS, parte 3 - CARTA DE MIM PARA MIM MESMO

Fazer aniversário é sempre muito especial! É inevitável parar e pensar um pouco nos caminhos que trilhamos até aqui, o que foi diferente do que pensávamos, o que foi melhor, o que poderia ter sido diferente...


Continuando minha "festa" de aniversário, quero dividir com cada um de vocês um presente que recebi há três anos do meu amigo Roberto Amorim . Como poesia não envelhece, aproveitem!










Carta de mim pra mim mesmo
(Roberto Amorim)
28 de Setembro de 2006

Olá, não me conheces.
Mas sabes quem fui, o que pensei,
E quando eu ri, quando chorei,
Conheces minha vida e minha história.
Tua memória é minha
Teu futuro, meu passado
Teu anseio, meu cansaço
Do que seria e não fui
Do que serás, pra mim e pra ti.

Se aceitares o conselho
De um velho, todavia,
Eis aqui o que te digo,
O que tu mesmo te dirias:

Vive a vida, é teu presente.
Que futuro e passado não importam;
Só importa o que tu és,
Pois nada mais trago comigo;
O que sou, o que não és,
É também o que me faz ser teu amigo.
Que somos um,
Um só, e o mesmo
E ainda, mesmo assim,
Não me conheces.

Ainda é tempo; e que o tempo,
Esse velho companheiro,
Seja tão só teu amigo,
E não senhor;
Nem do que foi ou que virá,
Nem mesmo do que entre nós persiste;
Nem do tempo que há entre mim e ti,
Nem mesmo do que agora não existe;

Que sejas tal como eu sou
E eu seja tal como tu és
Que venhas a me conhecer
Como eu também conheço a ti.

Até mais ver.

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segunda-feira, setembro 28, 2009

40 ANOS, parte 2 - HOJE!

Esse texto que escrevi em 2006 fala muito de mim, do meu jeito de ver o mundo... Por isso, modifiquei um pouquinho só e estou republicando hoje, 28 de setembro de 2009, dia em que completo 40 anos.






Hoje é meu aniversário!
Quero colo, calor, abraço, beijo, gente rindo à minha volta, meu coração rindo dentro do peito!!!

Quero não me esquecer de Gonzaguinha, e lembrar que a vida é bonita, é bonita e é bonita!

Quero cantar com Oswaldo e ver a rua cheia de sorrisos francos, de rostos serenos, de palavras soltas... Quero pedir desculpas pelo que eu não disse, desculpar o que você falou... Quero fazer barulho pela madrugada, seresta na calçada, dançar pela rua com os poetas, ver dez mil estrelas riscando o céu, ver meu coração no seu sorriso... Quero deixar triunfar a força da imaginação...

Quero dar um descanso pra minha alma – calma alma minha, calminha!

Quero conhecer as manhas e as manhãs, redescobrir o sabor das maçãs...

Quero viajar levada pelo vento, pela ventania... Quero mover as pás dos moinhos e abrandar o calor do sol... Quero mandar meus beijos pelo ar...

Quero lembrar daquela esquina em Minas e não me esquecer que eu também me chamo sonho e que sonhos não envelhecem...

Quero voar até a lua e brincar no meio das estrelas... Ver como é a primavera em Júpiter e Marte.

Quero entrar logo em setembro e ver a boa nova andar nos campos... Quero sonhar muito e semear minhas canções no vento... quero inventar uma nova canção que me traga o sol de primavera...

Quero soltar a minha risada mais gostosa, não perder esse meu jeito de achar que a vida pode e vai ser maravilhosa...Quero manter minha alegria escandalosa... quero passar dos meus limites... Quero não ter vergonha de aprender a ser feliz...

E se a vida começa aos 40, a minha está começando hoje!



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domingo, setembro 27, 2009

40 ANOS, parte 1 - SEM MANDAMENTOS

Amanhã eu chego aos 40 anos!

Depois vou vir aqui e escrever mais sobre isso, mas quero deixar desde já uma música que reflete o que eu to sentindo nesse momento.
(Eu gosto tanto dela que já pensei em usar como uma das músicas em meu casamento, se algum dia eu casar de novo...)

quarta-feira, setembro 16, 2009

FRIO

Hoje eu acordei com frio. Não era frio só no corpo. Era frio na alma.

Era um frio seco, uma tristeza seca. Sem lágrimas, sem dor, sem peso, sem leveza... Uma tristeza desacompanhada de tudo, até das lembranças que costumam acompanhar as tristezas.

Lembrei de um pedaço de uma música do Cazuza, cantada lindamente pelo Ney Matogrosso, chamada Poema:

“Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro.”

Mas o dia está apenas começando... vamos ver o que vem pela frente!

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segunda-feira, setembro 14, 2009

INSUSTENTÁVEL LEVEZA





Quando li "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera, há muito tempo, um trecho logo no início do livro me chamou a atenção. Hoje, folheando novamente o livro, me deparei com o mesmo trecho e como ele continua me chamando a atenção, resolvi colocá-lo aqui:


"Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar‑se em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?

O fardo mais pesado esmaga‑nos, verga‑nos, comprime‑nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.

Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá‑lo voar, afastar‑se da terra, do ser terrestre, torna‑o semi‑real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

Que escolher, então? O peso ou a leveza?
"


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