segunda-feira, setembro 14, 2009

INSUSTENTÁVEL LEVEZA





Quando li "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera, há muito tempo, um trecho logo no início do livro me chamou a atenção. Hoje, folheando novamente o livro, me deparei com o mesmo trecho e como ele continua me chamando a atenção, resolvi colocá-lo aqui:


"Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar‑se em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?

O fardo mais pesado esmaga‑nos, verga‑nos, comprime‑nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.

Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá‑lo voar, afastar‑se da terra, do ser terrestre, torna‑o semi‑real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

Que escolher, então? O peso ou a leveza?
"


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2 comentários:

Cris Seixas disse...

Ei Márcia!
Que lindo seu blog...
Adorei esta fotografia!!! Gostei também de suas anotações!!!

Um forte abraço cheio de carinho...
Que Deus a abenções sempre!

cris

Marcia Carvalho disse...

Oi, Cris!
Que coisa boa receber sua visita!

Tb já visitei o seu blog e gostei muito!

Bj!
Fique com Deus!

Marcia

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