segunda-feira, junho 12, 2006

AMOR DE OUTONO



Daqui a pouco chega o inverno.

E nesse finzinho de outono tropical, onde dias de sol se misturam com noites quase frias, lembro do outono que passei no outro hemisfério... A visão dos parques com suas árvores em tons amarelo e vermelho, o tapete de folhas cobrindo o chão... Parecia cena de filme... com a diferença que eu estava lá, ao vivo.

E ao falar do outono, me lembro da primavera, que vinha chegando devagarinho, aparecendo sob a forma de uma folhinha brotando num galho seco, uma flor colorida e feliz saindo do meio da neve que começava a derreter...

Penso que a nossa vida também é vivida em estações. Que muitas vezes não seguem a mesma ordem das estações do ano: primavera, verão, outono, inverno. Mas todos passamos por elas.

Quem nunca viveu uma primavera, onde a vida renasce, forte, intensa, depois de uma temporada de solidão e frio?

Quem nunca passou por um verão, onde tudo se torna mais colorido, mais vivo, mais intenso, com cheiro de sol e gosto de mar?

Quem nunca viveu um outono, onde os frutos amadurecem, as folhas mudam de cor, as sementes são preparadas para enfrentar o inverno?

E quem nunca passou por um inverno? Quem nunca sentiu aquele vento frio que parece nos cortar a alma, que rouba o calor que nos resta e nos congela o coração?


Muita gente sucumbe ao inverno... mas para os que sobrevivem, a certeza da primavera que chega é consolo mais do que suficiente para enfrentar o frio que nos deixa acuados, tiritando, nos escuros caminhos da solidão.

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A poesia abaixo é de um amigo meu, Roberto Amorim, mineiro de BH, marido da Haline.
Sempre gosto do que ele escreve, e essa poesia tirei do blog dele:
http://www.smalltalk.com.br/blogs/blog/poesia

AMOR DE OUTONO

Quando as almas se enlaçam
O calor, se não o mesmo,
Se entranha;
Passam folhas, passam flores
Mas o tronco e as raízes
Permanecem,
Sobrevivem ao inverno
E florescem
Ao chegar
A primavera.
Amor que espera,
Amor que entende
Que aquece
Sem ser quente
Confortável, ternamente
Se afirma
Em valores permanentes
Na raiz do sentimento
E do tempo.
Amor de outono
Tão ameno,
Duradouro,
Tão dourado
E precioso
Vence o inverno,
A dor e a morte;
Amor eterno.

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