(escrito em 28 de março de 2006)
Deu no jornal que a morte da atriz Ariclê Perez pode ter sido suicídio... No apartamento no 10º andar não havia sinais de arrombamento, ela tinha passado o dia sozinha, a janela é alta para que tenha sido um acidente, ela tinha deixado o número do telefone da família com o porteiro... Pode ser que sim, pode ser que não...
Qual o tamanho da dor que sente um suicida? Que vazio tão grande é esse que o empurra morte abaixo? No que se pensa depois do pulo? Quantas horas duram aquele segundos entre a janela e o chão?
Penso em tantas vezes que me senti profundamente triste, sem chão, sem alento, sem esperança... Tantas as vezes eu que quis sumir, evaporar... Mas, embora muitas vezes, como o salmista, me sentisse com o coração dolorido, cercada pelos cordéis de morte, na verdade mesmo queria é reencontrar a esperança, o sorriso, a mão amiga.
E tudo isso Deus providenciou... no tempo dEle, mas providenciou. A espera era difícil, dolorida, lavada em lágrimas... mas Ele nunca faltou.
Quantas vezes clamei por misericórdia... muitas vezes duvidando recebê-la... Mas Deus é fiel! E depois de sentir a mão de Deus me cercando, me cuidando , me protegendo, mesmo nos momentos de maiores dúvidas, meu coração fica mais leve ao ler que “O Senhor guarda aos símplices; fui abatido, mas Ele me livrou. Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem. Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda.” (Salmo 116.6-8)
Hoje, lamento por aqueles que na hora do desespero não conseguem ver que Deus está ali, pronto para nos segurar com a sua mão forte, nos mostrar que acima da tempestade o céu continua azul, tranqüilo e com o sol a brilhar.
Lamento por cada pessoa que passou por mim e a quem eu não falei que Deus é amor e que esse amor faz a diferença. Tantas vezes senti essa vontade de chegar para alguém e dizer isso, mas em muitas delas, eu me calei... Como me dói cada oportunidade perdida!
Contudo, continuo contando com as misericórdias de Deus – que se renovam a cada manhã – e com a graça dEle – que me salvou apesar de mim mesma – para prosseguir, para levantar a cabeça e enxergar lá no horizonte o raiar de um novo dia...
sexta-feira, abril 28, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Gostei do que vc escreveu, vc escreve muito bem.
acho muito legal o que vc pensa.
tchau
Postar um comentário