Ontem eu fui pela última vez ao antigo apartamento. Que mudança demorada essa! E na casa nova, caixas ainda esperam ser abertas...
É estranho fechar definitivamente a porta. Ainda mais num local onde morei por tanto tempo e onde vivi muitas histórias. Vivi, não: vivemos, no plural. A minha casa nunca foi só minha e da minha filha, mas de todos os amigos que passaram por lá.
Sempre gostei de ter a casa cheia, lembrança dos meus tempos de adolescência, onde a nossa casa era sempre o local escolhido para quase todos os encontros e reuniões e grupos de estudo. E foi assim que vivi no apartamento antigo: casa cheia, porta sempre aberta para os amigos.
Sempre vão estar na minha lembrança os momentos ali vividos!
As noites de jogos que começavam na sexta à noite e só terminavam no sábado de manhã... Academia, Imgem e Ação, Perfil, Máfia (nunca vou esquecer do dia em que a Mel, com apenas 8 anos e a única criança em um grupo de adultos, montou uma estratégia muito legal, enganou todo mundo e ganhou o jogo). Pra manter o pique, muita pizza e chimarrão... E muitas vezes, ainda terminávamos com uma sessão de filmes.
Os orkontros, facecontros, saraus, almoços e cafés - nossos pretextos para celebrar a amizade - recheados de música, poesia e, como não poderia deixar de ser, muita comida gostosa.
Os aniversários temáticos, onde fomos de Nárnia ao botequim... Momentos inesquecíveis, celebrando a vida com pessoas amadas.
Mas nem tudo era festa: os momentos de lágrimas divididas também aconteceram. E como foi bom ter com quem dividir dores, tanto as minhas como as dos amigos. Ninguém merece chorar sozinho!
O último ato foi tirar a Hermione da parede.
Hermione, a coruja que entrou ali por brincadeira e se tornou a marca registrada da casa: acho que ninguém aparece em tantas fotos, de tanta gente, como ela!
E seus olhos atentos de coruja acompanharam todos os nossos momentos e, quando foi preciso, guardaram os nossos segredos.
Não sei se ela volta para a casa nova. Afinal, um ciclo foi fechado e talvez ele deva permanecer nele, assim como os motivos da escolha daquele apartamento tão grande também ficaram.
A casa nova é pequena. Talvez não seja mais possível juntar tanta gente de uma vez só, mas ela vai continuar aberta para os meus amigos.
E quando um ciclo se fecha, outro se abre.
A coruja se foi, não sei se volta.
E que venham as borboletas!
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