sábado, novembro 21, 2009

LEMBRANDO DE UM VELHO PREGADOR




Quase um mês sem escrever... estranho como tem horas em que escrever é fundamental e outras em que as palavras parecem não importar perto do que se sente.

Não foi a falta de tempo que me impediu de escrever. Nem a falta de assunto. Talvez, tenha sido a impressão que não conseguiria expressar o que estava sentindo só com as palavras. Pensei em colocar umas músicas, mas não achei uma que fosse o que eu gostaria.

Pra falar a verdade, ainda não achei nem as palavras, nem as músicas...

Nesses dias, vivi momentos de intensa alegria, de muito carinho, de saudade, de reflexão. Revi amigos que amo, deixei de ver outros que fazem uma falta enorme. Soube de amigos que conseguiram se livrar de acidentes feios e amigos que tiveram a casa assaltada.

Sei lá... a vida é muita curta pra se perder tempo fazendo conjecturas, procurando motivos e porquês. Me lembrei do autor de Eclesiastes, quando ele diz que "tudo acontece igualmente a todos: ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro, ao que oferece sacrifícios e ao que não os oferece, ao bom e ao pecador, ao que faz juramentos e ao que não faz" (Ecl 9.2).

O mesmo autor também nos diz "Alegra-te no dia da prosperidade, mas no dia da adversidade considera: Deus fez tanto um como o outro, para que o homem não descubra nada do que virá depois. Nesta minha vida absurda já vi de tudo: há o justo que morre apesar de sua justiça, e há o ímpio que tem vida longa apesar de sua maldade. Não sejas justo demais, nem sábio demais; por que te destruirias a ti mesmo? Não sejas ímpio demais, nem sejas tolo; por que morrerias antes do tempo?" (Ecl 7.14-17).

Lendo esses conselhos de alguém que parece que já viveu muito e por isso tem tanto a ensinar, penso que a vida devia ser mais simples, mais focada no hoje, sem perder de vista o futuro, mas sabendo viver o presente. E aí, outro texto de Eclesiastes cai como uma luva:  "Vai, e come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito tempo Deus se agradou do que tu fazes. (...) Desfruta a vida com a mulher que amas todos os dias desa vida de ilusão de Deus te deu debaixo do sol, sim, em todos os dias da tua vida de ilusão. Porque essa é a tua recompensa nesta vida de trabalho pelo que fazes debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o com todas as tuas forças, porque na sepultura, para onde vias, não há trabalho, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria." (Ecl 9.7,9,10).

Eu sempre gostei de simplicidade, mas não me dava conta disso. De um tempo pra cá, acho que faço isso de modo mais consciente. Tento ver o lado bom das coisas, embora nem sempre consiga. Decidi que é melhor engolir alguns sapos do que ter estresses desnecessários. Acredito que não há nada que se compare a estar com pessoas que amamos e que nos amam. Descobri que um puxão de orelha dado por um amigo de verdade é melhor que elogios vindos de falsos amigos e bajuladores. Aprendi que ter a alma mais leve facilita o caminhar. É claro que nem sempre é tudo assim tão simples... mas continuo achando que vale a pena tentar.



(Queria terminar com uma música, mas ainda não achei uma... assim que achar, eu posto aqui.)

2 comentários:

Iara disse...

Eclesiastes, sem dúvida, tem alguns dos melhores conselhos pra estes "tempos interessantes" que vivemos...

Marcos Vichi disse...

Um dos versículos do Eclesiastes que eu mais gosto é: "E cheguei à seguinte conclusão: Deus fez o homem correto, mas o homem inventa muitas complicações". 7.29 (Edição Pastoral).

Eu acho que esta é síntese da natureza humana: arrumar confusões. Hehehe.

Ótimo post. Continue escrevendo.

Beijos,

Marcos Vichi

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