E assim cheguei no Genizah, onde encontrei esse post que tem como nome um trecho de uma música muito conhecida na época dos hippies e com uma foto de chamar atenção: uma Mercedes-Benz toda dourada, parecendo ser de ouro mesmo.
Descobri que a origem do post era outro blog, o Altar de Pedra. Então fui lá, me apresentei e avisei que estou publicando o texto aqui.
Quando a Janis Joplin morreu, em outubro de 1970, eu tinha acabado de completar 1 ano de idade. Janis morreu aos 27 anos, por overdose de heroína. A música que dá título ao post do Sergio foi lançada seis meses após a morte dela.
Bem, vamos ao post.
Oh, Lord, won't you buy me a Mercedes-Benz?
Assim começa a canção de Janis Joplin composta em outubro de 1970. Nela Janis buscava criticar o materialismo da sociedade americana. De maneira contundente ironizava o egoísmo, a vaidade e a indiferença social das crenças religiosas da América. “Oh Senhor! Não vai comprar para mim uma Mercedes Benz?” indagava com sua voz rouca, cantando à capela, quase uma oração.
E a ironia contundente da canção estava justamente no fato de alguém pedir a Deus em oração de maneira (aparentemente) humilde, sincera e verdadeira, uma ostentação luxuriante, como se isto fosse algo natural (ou melhor, sobrenatural). No contraponto humildade-ostentação, suplica-conquista, necessidade-extravagância surge o constrangimento da situação e neste constrangimento está seu lado cômico e impactante.
Hoje não é mais cômica, muito menos impactante.
A ironia dentro da ironia é que esta mensagem deixou de ser constrangedora nestes nossos dias, em nossas igrejas, em nossas orações depois do surgimento da Teologia da Prosperidade. O que era vício assumiu a forma de virtude. Não uma, ou duas vezes, ouvi pedidos parecidos sendo feitos por sacerdotes cristãos em púlpitos e reuniões. Aliás, coisas do tipo “isto é carro para filho de Deus” ou “isto sim é carro de pastor” são até corriqueiras, comuns, justamente porque não se vê a luxúria, o culto ao ego e a vaidade da alma como sentimentos a serem combatidos.
E a ironia contundente da canção estava justamente no fato de alguém pedir a Deus em oração de maneira (aparentemente) humilde, sincera e verdadeira, uma ostentação luxuriante, como se isto fosse algo natural (ou melhor, sobrenatural). No contraponto humildade-ostentação, suplica-conquista, necessidade-extravagância surge o constrangimento da situação e neste constrangimento está seu lado cômico e impactante.
Hoje não é mais cômica, muito menos impactante.
A ironia dentro da ironia é que esta mensagem deixou de ser constrangedora nestes nossos dias, em nossas igrejas, em nossas orações depois do surgimento da Teologia da Prosperidade. O que era vício assumiu a forma de virtude. Não uma, ou duas vezes, ouvi pedidos parecidos sendo feitos por sacerdotes cristãos em púlpitos e reuniões. Aliás, coisas do tipo “isto é carro para filho de Deus” ou “isto sim é carro de pastor” são até corriqueiras, comuns, justamente porque não se vê a luxúria, o culto ao ego e a vaidade da alma como sentimentos a serem combatidos.
Não entrarei no mérito de ser ou não correto, ser ou não legítimo, para um cristão possuir um carro de alto luxo. Cada um pode fazer o que bem entende com seu dinheiro. Principalmente se ele é fruto de trabalho honesto, árduo e dedicado.
O mérito a ser discutido e que deixa alguns cristãos incomodados é que a maioria das pessoas que freqüenta cultos não se sentiria constrangida com esta música. Os valores (aqui como qualidade daquilo que se valoriza, que se dá valor) do cristianismo evangélico ocidental se transformaram de tal maneira que abraçaram os valores mundanos. Novamente; aquilo que era vício se tornou virtude e isso transformou completamente o entendimento do que é certo ou errado em relação ao Reino e às palavras de Jesus.
A maioria das pessoas compreende o fato de que é lícito pedir a Deus o suprimento de nossas necessidades básicas ou a ajuda em coisas que são necessárias, importantes. O apóstolo Paulo nos ensinou a “fazer conhecidas de Deus as nossas petições”. O próprio Jesus, na oração modelo, nos ensina a pedir a Deus que supra as nossas necessidades. Note-se que a oração modelo diz “pão nosso para cada dia”, não caviar nem foie gras. Com simplicidade, humildade e sentido de coletividade nós podemos, e devemos, pedir coisas para Ele.
O mérito a ser discutido e que deixa alguns cristãos incomodados é que a maioria das pessoas que freqüenta cultos não se sentiria constrangida com esta música. Os valores (aqui como qualidade daquilo que se valoriza, que se dá valor) do cristianismo evangélico ocidental se transformaram de tal maneira que abraçaram os valores mundanos. Novamente; aquilo que era vício se tornou virtude e isso transformou completamente o entendimento do que é certo ou errado em relação ao Reino e às palavras de Jesus.
A maioria das pessoas compreende o fato de que é lícito pedir a Deus o suprimento de nossas necessidades básicas ou a ajuda em coisas que são necessárias, importantes. O apóstolo Paulo nos ensinou a “fazer conhecidas de Deus as nossas petições”. O próprio Jesus, na oração modelo, nos ensina a pedir a Deus que supra as nossas necessidades. Note-se que a oração modelo diz “pão nosso para cada dia”, não caviar nem foie gras. Com simplicidade, humildade e sentido de coletividade nós podemos, e devemos, pedir coisas para Ele.
A maioria das pessoas também compreende que usar uma maneira legítima de socorro divino para fins menos nobres (no caso, coisas de nobre) não é muito ortodoxo. Tanto não é que a carta de Tiago nos ensina que tais orações simplesmente não serão atendidas. Este tipo de pedido demonstra o egoísmo, vaidade e soberba de quem o faz e Deus simplesmente não compactua com esta coisas.
A música de Janis quase pode ser confundida com louvor hoje em dia. Quase dá para tocar nas igrejas (Quase?). Porque a igreja incorporou os pensamentos que tentava despertar como incompatíveis com o Reino de Deus, ou seja, valore mundanos. Estes entraram no seio, no âmago da igreja.
Miserável Teologia da Prosperidade, maldito culto ao ego e à personalidade, maldita vaidade da alma. A teologia e o espírito destes dias conseguiram transformar a pobre e perdida Janis, na irmã Joplin...
A resposta para a “oração” dela hoje seria: Aleluia, irmã! Recebaaa!!!
(fonte: blog Altar de Pedra)
A música de Janis quase pode ser confundida com louvor hoje em dia. Quase dá para tocar nas igrejas (Quase?). Porque a igreja incorporou os pensamentos que tentava despertar como incompatíveis com o Reino de Deus, ou seja, valore mundanos. Estes entraram no seio, no âmago da igreja.
Miserável Teologia da Prosperidade, maldito culto ao ego e à personalidade, maldita vaidade da alma. A teologia e o espírito destes dias conseguiram transformar a pobre e perdida Janis, na irmã Joplin...
A resposta para a “oração” dela hoje seria: Aleluia, irmã! Recebaaa!!!
(fonte: blog Altar de Pedra)
Pra quem quiser se lembrar ou conhecer a música:
Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
Oh Lord, won’t you buy me a color TV ?
"Dialing For Dollars" is trying to find me.
I wait for delivery each day until three,
So oh Lord, won’t you buy me a color TV ?
"Dialing For Dollars" is trying to find me.
I wait for delivery each day until three,
So oh Lord, won’t you buy me a color TV ?
Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?
I’m counting on you, Lord, please don’t let me down.
Prove that you love me and buy the next round,
Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?
I’m counting on you, Lord, please don’t let me down.
Prove that you love me and buy the next round,
Oh Lord, won’t you buy me a night on the town ?
Everybody!
Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
My friends all drive Porsches, I must make amends,
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz ?
4 comentários:
Querida Márcia
Obrigado pelas plavras tão gentis... e que bom que gostou. Aproveitei para passear em teu blog e gostei muito tembém, já estou seguindo.
Paz
Que bom que você gostou!
Volte sempre que quiser e fique à vontade para passear por aqui.
Abraço!
Paz!
Há uma estreita lligação entre Janis Joplin e o blues. Na verdade, o blues americano é um livro cheio de histórias, com enredos improváveis. Histórias feitas de desavenças, álcool, miséria, morte e música, muita e boa música! Infelizmente, a mídia anda sempre muito desatenta ao blues, e mais ainda às manifestações mais clássicas do blues... É pena que a mídia mais tradicional não abra esse livro e remeta para o esquecimento geral muitas dessas páginas. A Internet veio revolucionar isso também e aqui deixo mais outro bom exemplo disso. Tal como o blues merece!
http://cotonete.clix.pt/
Eu gosto desta musica de Janis Joplin exatamente por este motivo. Me faz rir este desejo material, seria piegas pedir um fiat uno? Quem sabe neh... ja que vai ganhar então que seja uma mercedes ou hoje em dia seria o que?
Uma tucson !!! KKK.
Deviamos pedir saude, amor e muita paz, mas se vier de brinde uma mercedes... vamos abraçar
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