sexta-feira, novembro 29, 2013

PRAÇA XV





- O ponto final desse ônibus é na Praça XV? - foi o que ela me perguntou logo que sentou ao meu lado no ônibus.
- Não, ele passa por lá, mas o ponto final é na Tijuca.

E assim começamos a conversar. Ela mora em Niterói, tinha vindo ao dentista em Copacabana. Precisa tirar os sisos. Nasceu perto de Minas e já morou no Rio.

E naquela cumplicidade estranha que acontece entre desconhecidos, me contou que estava nervosa porque iria encontrar um rapaz com quem já estava conversando há algum tempo pela internet. Mas ressaltou que uma amiga dela o conhece pessoalmente há muito tempo.

Estava preocupada se o cabelo estava arrumado e comentou que o rapaz é careca. Rimos e chegamos à conclusão que ela estava em vantagem: mesmo que o cabelo não estivesse do jeito que ela gosta, pelo menos ela tem cabelo...

Calor, engarrafamento... e a ansiedade crescia nela. "Será que ele vai me reconhecer?"

O celular anuncia que chegara uma mensagem. Era ele, avisando que já estava chegando. E o nosso ônibus preso no engarrafamento. No olhar, um misto de timidez, curiosidade e nervosismo.

Finalmente, o ônibus chega ao ponto. Sorrimos e nos despedimos. "Boa sorte!"

Ela desce, com passos apressados. O ônibus sai. Eu nunca vou saber o fim da história. Mas meu coração se aquece e torce para que o encontro tenha sido feliz. Vou embora com um sorriso nos lábios e outro nos olhos.

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