sábado, julho 08, 2006
MAIS FLORBELA ESPANCA
Árvores do Alentejo
Horas mortas... curvadas aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol postonte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
-Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
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Um comentário:
Olá. Cheguei aqui através do Orkut. Você faz parte da comunidade "eu amo João Soares da Fonseca". Pois bem, também gosto da Florbela Espanca, meu namorado me mandou muitos poemas dela e me conquistou assim.
Também tenho curiosidade em conhecer mais sobre essa mulher e nas minhas pesquisas descobri um livro dela, aparentemente raro: "Afinado desconcerto". São cartas, poemas e uma parte do diário dela. Estou a procura, mas de um precinho mais em conta, já que no submarino esta mais de cinquenta reais. Vejamos.
[ ]s
Catarina
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