Hoje o dia começou com jeito de tempestade. Não lá fora, onde está meio nublado, mas dentro de mim. Mal acordei e já a tempestade se apresentou. E com ela, uma avalanche de sentimentos, medos, apreensões, incertezas.
Tenho amigos que enfrentaram a violência de alguns furacões, não os metafóricos, mas os de verdade. E todos dizem que durante a tempestade, o local mais sereno é exatamente o olho do furacão: tudo em volta está revolto, mas ali, bem no meio do furacão, o que se tem é silêncio e paz.
A tempestade que se aproximou hoje me empurrou para esse lugar de paz: o olho do furacão. E cá estou: em paz. Mesmo que ao meu redor tudo esteja confuso e incerto, estou em paz. Em uma paz profunda, daquela que excede todo o entendimento.
A PAZ
Gilberto Gil
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino
A paz, como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim, vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos ais
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário